sábado, 19 de novembro de 2011

Conheça mitos e verdades sobre as plantas medicinais


Há diversas maneiras para manter o corpo imune, curar alguma doença e até combater a insônia. Mas muita gente prefere recorrer às plantas medicinais do que aos medicamentos tradicionais.

Essas plantas são usadas por diferentes povos há anos e a ciência contemporânea passou a estudar os seus efeitos em laboratórios, fazendo testes em enzimas ou células animais.

Muitos desacreditam nos efeitos e segundo Fernando da Costa, professor de farmacognosia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, várias pessoas utilizam essas plantas baseadas apenas em indicações feitas por leigos. Por consequência, não chegam ao resultado desejado e, em alguns casos, sofrem efeitos colaterais.

Plantas medicinais, também chamadas de medicamentos fitoterápicos, passam pelos mesmos processos de desenvolvimento dos medicamentos químicos. "Há inúmeros estudos científicos que comprovam a eficácia delas no tratamento de enfermidades. Entretanto, há estudos que também comprovam que mesmo elas sendo eficazes, não são seguras", explica.

O pesquisador do Hebron, Jan Carlo Delorenzi, afirma que mais de 90% dos produtos no mercado farmacêutico teve sua origem em um produto natural. "O ácido acetil salicílico, usado clinicamente desde 1891, tem a sua origem no produto natural ácido salicílico, extraído de Salix alba, uma planta muito antiga."

De qualquer forma, os dois tipos de tratamentos medicinais andam lado a lado. As ervas são chamadas de tratamentos complementares ou tradicionais. No Brasil, por lei, os fitoterápicos são considerados medicamentos e pertencem à medicina convencional. "Todas as espécies consideradas medicinais possuem substâncias ativas que possuem os mesmos efeitos que aquelas presentes nos medicamentos industrializados. Portanto, podem aliviar sintomas ou curar enfermidades", explica Delorenzi.

Segundo o professor da Costa, a grande diferença entre as duas é que não existe controle da presença e da quantidade de princípios ativos nas ervas.

Cuidados na hora de usar
A idade, o peso e o metabolismo de cada usuário devem ser considerados antes do tratamento. Todas as plantas são potenciamnete tóxicas e venenosas. "Um problema bastante sério é a substituição de um tipo de planta por uma outra bastante similar, mas que possui componentes altamente tóxicos, podendo levar o usuário a quadros graves de intoxicação", explica da Costa.

Todo medicamente possui contra indicação. Um exemplo é a escopolamina usada pelas mulheres para combater cólicas menstruais. "É um alucinógeno fortíssimo. A concentração desta substância no medicamento que alivia cólicas é muito pequena, se comparada na encontrada na planta. Então, uma mesma planta que pode ser benéfica, também pode trazer malefícios", conta Delorenzi.

Apesar de serem "naturais", elas possuem substâncias que interferem quimicamente no organismo humano. Segundo o pesquisador, medicamentos feito com elas seguem o mesmo principio e rigor científico que os medicamentos químicos sintéticos. Essa afirmação quebra a regra criada por alguns adpetos ao tratamento fitoterápico, que dizem que as pessoas que evitam medicamentos convencionais têm uma maior expectativa de vida.

Recomenda-se que as pessoas interessadas no uso de plantas medicinais procurem profissionais da saúde, como médicos e farmacêuticos. "Uma outra alternativa segura é procurar utilizar medicamentos fitoterápicos registrados pela ANVISA, porém sempre com a indicação feita por médicos", alerta da Costa.


Fátima M Motter Magri, pesquisadora da área de Produtos Naturais do Mackenzie, explicou para o que servem algumas das mais famosas ervas medicinais. Eucalipto, Eucaliptus citriodora: é fluidificante e anti-séptico. É muito usado no tratamento de afecções respiratórias como asma, bronquite, faringite, gripes e resfriados

Abacateiro, Persea gratíssi

ma: tem ação diurética e antiflatulenta, além de prevenir a queda de cabelo, e ser anticaspa

Ginseng, Panax ginseng: é um dos mais usados do mundo. Dizem ele que melhora a imunidade do sistema contra do

enças. Segundo Fátima, deve ser usado contra infecções e estresse, nervosismo, euforia, diarréia matinal. É contra indicado na gravidez, nos diabéticos e hipertensos

Alecrim, Rosmarinus officinalis: apesar de ser popularmente utilizado para afastar os maus sonhos, o alecrim é um estimulante estomacal, combate os gases intestinais e as cólicas. Além disso, é anti-séptica e aumenta a transpiração. É geralmente usada em casos de falta de apetite, nervosismo, problema

s digestivos e bronquites. Se

usada externamente, combate o reumatismo

Alfazema, Lavandula officinalis: dizem que a alfazema amadurece o lado emootivo da pessoa, mas na verdade serve como um calmante e é digestiva. Também combate as cólicas, indigestão, fermentação e gases intestinais

Arnica, Arnica Montana: anti-inflamatório de uso tópico. Ou seja, é somente uso externo e não pode ser usada em cortes e feridas

Arruda, Ruta graveolens: é muitas vezes usada no tratamento de varizes. Também ajuda a aumentar o fluxo menstrual e é proibida para mulheres grávidas

Camomila, Matricaria chamomilla: anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica, previne espasmos no estômago, facilita a digestão e diminuem a tensão. É usada no tratamento de transtornos digestivos, afecções cutâneas, congestionamentos e inflamações oculares

Canela em casca, Cinnamomum zeylanicum: as pessoas consideram a canela afrodisíaca, mas segundo Fátima, é antiespasmódica, antimicrobiana, antidiarreica, inibe os gases intestinais. Também é usada no tratamento de flatulência, anorexia, cólicas e diarréia. Além disso, é aromatizante natural, mas pode provocar alergias em indivíduos hipersensíveis. Contra indicado durante a gravidez

Jasmim, Jasminum officinalis: as pessoas consideram essa erva como estimulante do chacra sexual, mas segundo a médica, é tônico, refrescante e emenagogo. O óleo pode ser usado como antidepressivo

Manjericão, Ocimum basilicum: o manjericão é um conservante natural, digestivo e antissético

Maracujá, Passiflora Alata: o uso tradicional atribui ao maracujá propriedades sedativas, relaxando os músculos e diminuindo a ansiedade e tensão. Também serve para o tratamento de insônia e trastornos nervosos

Absinto, Artemisia absinthum: a Losna, ou Absinto, ajuda no aumento da secreção de bílis, Usada como analgésico e narcótico. Pode auxiliar no controle da dor e ansiedade. Em doses elevadas pode ser narcótico

Ginkgo, Ginkgo biloba: reforça da resistência capilar, reduz a tontura e refresca a memória e diminui zumbidos no ouvido. É indicado em casos de insuficiência cerebral em idosos

Alcachofra, Cynara scolymus: combate ácido úrico, tem ação colerética ou seja, estimula a secreção da bile e a sua produção hepática. Também é um pouco diurética e é usada no tratamento da obesidade, quando ocorrer simultaneamente uma diminuição da secreção biliar. O seu uso é contra-indicado em pacientes com obstrução das vias biliares, hepatite e durante a amamentação porque diminui a secreção do leite

Erva doce, Pimpinella anisus: é expectorante usada no tratamento de secreção brônquica, coqueluche, cólica flatulenta e transtornos digestivos. Além disso, é muito utilizada como aromatizante. É contra-indicada durante a gravidez

Guaco, Mikania guaco: o guaco é usado no tratamento de bronquites, tosses, como expectorante e outras afecções respiratórias. Pode ser eficaz também para úlcera

Guaraná, Paullinia cupana: todo mundo sabe que o guaraná é estimulante e dá energias ao organismo

Hibisco, Hibiscus sabdarifa: essa flor tem efeito laxante e sem cólicas, e melhora a digestão. O sabor semelhante ao morango

Boldo, Peumus boldus: o boldo estimula a função hepática e da vesícula biliar. Ele também estimula a digestão e auxilia na diminuição dos níveis de colesterol

Fonte: Terra



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