terça-feira, 5 de julho de 2011

Tatuagens: laser não é borracha

Depois de quebrar a rotina e cravar aquele desenho tão esperado na pele vai que surge o arrependimento. Passada a empolgação pela nova tatuagem, e tomada a decisão de se livrar do desenho, é hora de preparar o bolso e moderar as expectativas. As opções não são muitas e tampouco baratas. E, o pior: nem sempre o resultado é satisfatório. Quem fez garante: vale a pena.

“O laser é a técnica mais eficiente e com menor risco de cicatriz”, diz a dermatologista Valéria Campos, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Sim. Atualmente a técnica mais indicada nos consultórios médicos é a do raio laser. Provoca dor, é cara, mas oferece efeitos colaterais mínimos e bons resultados. Na maioria das vezes, deixa manchas, como uma variação de cor do desenho ou uma cicatriz residual.

“Os resultados são variáveis. Dependem da profundidade e da qualidade de tinta usada. Quanto mais superficial for a tatuagem, como as feitas por amadores, mais fácil será a remoção”, explicou o dermatologista Alexandre Filippo, também da SBD. “Normalmente a (tatuagem de cor) preta é mais fácil de retirar”, acrescenta o dermatologista.

De acordo com Filippo, pessoas com idade entre 25 e 40 anos, que fizeram suas tatuagens durante a adolescência, são as que mais se arrependem. “A procura é igual entre homens e mulheres. Mas as mulheres ganham quando o desejo é apagar nome de ex", revela.

Cada sessão de remoção pode custar de R$ 350 a R$ 1.000, dependendo do tamanho do desenho. São recomendadas de dez a 15 sessões, com intervalo mínimo de um mês entre elas – isso vai depender da capacidade de cicatrização de cada um.

A primeira sessão de Flávio não durou cinco minutos. “Mas doeu bastante. Parece que está queimando a pele”, relatou. “Fazer a tatuagem foi mais fácil”, admitiu.

“O importante para quem inicia o tratamento é saber que as sessões podem ser muitas”, diz Valéria Campos. Neste período será preciso substituir o sol por pomada anti-inflamatória.

A maioria dos especialistas avisa que a remoção total é pouco provável. Depende de fatores como tamanho do desenho, local em que foi tatuado, tempo em que está na pele, resposta do organismo de cada paciente e o tipo de tinta. E essa é uma parte complicada do problema.

“A remoção total das tatuagens profissionais coloridas é muito mais complicada. Cores como verde, vermelho e amarelo são difíceis de serem ‘localizadas’ pelo laser. Mas os desenhos de cor preta podem ser 100% removidos”, afirmou Filippo.

Outra forma de apagar uma marca indesejada é com o cover-up, o que significa cobrir uma tatuagem antiga com uma nova. Mas se o incômodo for um desenho fora de moda, talvez valha a pena. Para quem optar por esse recurso, Filippo adverte:“A remoção de cover ups é muito mais complicada. É tinta sobre tinta.”

Conheça os principais métodos de remoção de tatuagem:

Dermoabrasão – A pele é removida ou lixada com um instrumento rotativo de alta velocidade, como um disco abrasivo ou escova. Depois da cirurgia o paciente terá a sensação de que a pele foi severamente queimada. A cicatrização total ocorre em até 10 dias. A nova pele tem o tom rosa e gradualmente alcança a aparência normal entre 8 e 12 semanas. Após o procedimento será necessário usar protetor diariamente e evitar exposição direta ao sol por um período de até seis meses.

Excisão – Corresponde à retirada cirúrgica da pele tatuada. Posteriormente a pele é fechada por meio de pontos (mais indicado para pequenas tatuagens). Deixa cicatriz.

Laser – Ele “quebra" o pigmento em partículas, que são absorvidas e eliminadas pelo organismo. O objetivo é clarear a tatuagem um pouco, a cada sessão. Embora seja suportável, o tratamento apresenta desconfortos. É como se um elástico estivesse “batendo” repetidas vezes na pele. A sensação é de queimadura. Após cada sessão a pele pode apresentar casquinha que sai em até 10 dias. A partir daí, volta ao aspecto natural, com pigmentos de falhas na tatuagem após um período de 20 dias ou mais.


Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica

Por, Aline Medeiros

efeitosaude@yahoo.com.br

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