Há diversas maneiras para manter o corpo imune, curar alguma doença e  até combater a insônia. Mas muita gente prefere recorrer às plantas  medicinais do que aos medicamentos tradicionais.
  Essas plantas são usadas por diferentes povos há anos e a ciência  contemporânea passou a estudar os seus efeitos em laboratórios, fazendo  testes em enzimas ou células animais.
  Muitos desacreditam nos efeitos e segundo Fernando da Costa, professor  de farmacognosia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão  Preto da Universidade de São Paulo, várias pessoas utilizam essas  plantas baseadas apenas em indicações feitas por leigos. Por  consequência, não chegam ao resultado desejado e, em alguns casos,  sofrem efeitos colaterais.
  Plantas medicinais, também chamadas de medicamentos fitoterápicos,  passam pelos mesmos processos de desenvolvimento dos medicamentos  químicos. "Há inúmeros estudos científicos que comprovam a eficácia  delas no tratamento de enfermidades. Entretanto, há estudos que também  comprovam que mesmo elas sendo eficazes, não são seguras", explica.
  O pesquisador do Hebron, Jan Carlo Delorenzi, afirma que mais de 90% dos  produtos no mercado farmacêutico teve sua origem em um produto natural.  "O ácido acetil salicílico, usado clinicamente desde 1891, tem a sua  origem no produto natural ácido salicílico, extraído de Salix alba, uma  planta muito antiga."
  De qualquer forma, os dois tipos de tratamentos medicinais andam lado a  lado. As ervas são chamadas de tratamentos complementares ou  tradicionais. No Brasil, por lei, os fitoterápicos são considerados  medicamentos e pertencem à medicina convencional. "Todas as espécies  consideradas medicinais possuem substâncias ativas que possuem os mesmos  efeitos que aquelas presentes nos medicamentos industrializados.  Portanto, podem aliviar sintomas ou curar enfermidades", explica  Delorenzi.
  Segundo o professor da Costa, a grande diferença entre as duas é que não  existe controle da presença e da quantidade de princípios ativos nas  ervas.
  Cuidados na hora de usar
A idade, o peso e o metabolismo de cada usuário devem ser considerados  antes do tratamento. Todas as plantas são potenciamnete tóxicas e  venenosas. "Um problema bastante sério é a substituição de um tipo de  planta por uma outra bastante similar, mas que possui componentes  altamente tóxicos, podendo levar o usuário a quadros graves de  intoxicação", explica da Costa.
  Todo medicamente possui contra indicação. Um exemplo é a escopolamina  usada pelas mulheres para combater cólicas menstruais. "É um alucinógeno  fortíssimo. A concentração desta substância no medicamento que alivia  cólicas é muito pequena, se comparada na encontrada na planta. Então,  uma mesma planta que pode ser benéfica, também pode trazer malefícios",  conta Delorenzi.
  Apesar de serem "naturais", elas possuem substâncias que interferem  quimicamente no organismo humano. Segundo o pesquisador, medicamentos  feito com elas seguem o mesmo principio e rigor científico que os  medicamentos químicos sintéticos. Essa afirmação quebra a regra criada  por alguns adpetos ao tratamento fitoterápico, que dizem que as pessoas  que evitam medicamentos convencionais têm uma maior expectativa de vida.
  Recomenda-se que as pessoas interessadas no uso de plantas medicinais  procurem profissionais da saúde, como médicos e farmacêuticos. "Uma  outra alternativa segura é procurar utilizar medicamentos fitoterápicos  registrados pela ANVISA, porém sempre com a indicação feita por  médicos", alerta da Costa.

Fátima M Motter Magri, pesquisadora da área de Produtos Naturais do  Mackenzie, explicou para o que servem algumas das mais famosas ervas  medicinais. Eucalipto, Eucaliptus citriodora: é  fluidificante e anti-séptico. É muito usado no tratamento de afecções  respiratórias como asma, bronquite, faringite, gripes e resfriados
Abacateiro, Persea gratíssi
 ma: tem ação diurética e antiflatulenta, além de prevenir a queda de cabelo, e ser anticaspa
Ginseng, Panax ginseng: é um dos mais usados do mundo.  Dizem ele que melhora a imunidade do sistema contra do
 enças. Segundo  Fátima, deve ser usado contra infecções e estresse, nervosismo, euforia,  diarréia matinal. É contra indicado na gravidez, nos diabéticos e  hipertensos
Alecrim, Rosmarinus officinalis: apesar de ser  popularmente utilizado para afastar os maus sonhos, o alecrim é um  estimulante estomacal, combate os gases intestinais e as cólicas. Além  disso, é anti-séptica e aumenta a transpiração. É geralmente usada em  casos de falta de apetite, nervosismo, problema
 s digestivos e  bronquites. Se 
 usada externamente, combate o reumatismo

 Alfazema, Lavandula officinalis: dizem que a alfazema  amadurece o lado emootivo da pessoa, mas na verdade serve como um  calmante e é digestiva. Também combate as cólicas, indigestão,  fermentação e gases intestinais
Arnica, Arnica Montana: anti-inflamatório de uso tópico. Ou seja, é somente uso externo e não pode ser usada em cortes e feridas
Arruda, Ruta graveolens: é muitas vezes usada no tratamento de varizes. Também ajuda a aumentar o fluxo menstrual e é proibida para mulheres grávidas
Camomila, Matricaria chamomilla: anti-inflamatória,  antibacteriana, antifúngica, previne espasmos no estômago, facilita a  digestão e diminuem a tensão. É usada no tratamento de transtornos  digestivos, afecções cutâneas, congestionamentos e inflamações oculares
Canela em casca, Cinnamomum zeylanicum: as pessoas  consideram a canela afrodisíaca, mas segundo Fátima, é antiespasmódica,  antimicrobiana, antidiarreica, inibe os gases intestinais. Também é  usada no tratamento de flatulência, anorexia, cólicas e diarréia. Além  disso, é aromatizante natural, mas pode provocar alergias em indivíduos  hipersensíveis. Contra indicado durante a gravidez
Jasmim, Jasminum officinalis: as pessoas consideram essa  erva como estimulante do chacra sexual, mas segundo a médica, é tônico,  refrescante e emenagogo. O óleo pode ser usado como antidepressivo
Manjericão, Ocimum basilicum: o manjericão é um conservante natural, digestivo e antissético
Maracujá, Passiflora Alata: o uso tradicional atribui ao  maracujá propriedades sedativas, relaxando os músculos e diminuindo a  ansiedade e tensão. Também serve para o tratamento de insônia e  trastornos nervosos
Absinto,  Artemisia absinthum: a Losna, ou Absinto, ajuda  no aumento da secreção de bílis, Usada como analgésico e narcótico. Pode  auxiliar no controle da dor e ansiedade. Em doses elevadas pode ser  narcótico
Ginkgo, Ginkgo biloba: reforça da resistência capilar,  reduz a tontura e refresca a memória e diminui zumbidos no ouvido. É  indicado em casos de insuficiência cerebral em idosos
Alcachofra, Cynara scolymus: combate ácido úrico, tem ação  colerética ou seja, estimula a secreção da bile e a sua produção  hepática. Também é um pouco diurética e é usada no tratamento da  obesidade, quando ocorrer simultaneamente uma diminuição da secreção  biliar. O seu uso é contra-indicado em pacientes com obstrução das vias  biliares, hepatite e durante a amamentação porque diminui a secreção do  leite
Erva doce, Pimpinella anisus: é expectorante usada no  tratamento de secreção brônquica, coqueluche, cólica flatulenta e  transtornos digestivos. Além disso, é muito utilizada como aromatizante.  É contra-indicada durante a gravidez
Guaco, Mikania guaco: o guaco é usado no tratamento de  bronquites, tosses, como expectorante e outras afecções respiratórias.  Pode ser eficaz também para úlcera
Guaraná, Paullinia cupana: todo mundo sabe que o guaraná  é estimulante e dá energias ao organismo
Hibisco, Hibiscus sabdarifa: essa flor tem efeito laxante e sem cólicas, e melhora a digestão. O sabor semelhante ao morango
Boldo, Peumus boldus: o boldo estimula a função hepática e  da vesícula biliar. Ele também estimula a digestão e auxilia na  diminuição dos níveis de colesterol
Fonte: Terra