A depressão pós-parto já é conhecida do público em geral. Mas uma pesquisa inglesa que relacionou os sentimentos depressivos antes do nascimento apontou que futuras mamães que já passaram pelo trauma de um aborto espontâneo ou de uma gestação mal-sucedida correm um maior risco da depressão na gravidez.
O estudo, publicado no periódico British Journal of Psychiatry, compilou dados de um estudo amplo feito no Reino Unido (SLaM, na sigla em inglês) sobre a depressão materna e sobre os transtornos mentais que são desencadeados pela gravidez.
“A depressão pós-parto é algo, como o nome sugere, que acontece após o nascimento”, explica Trudi Seneviratne, um dos pesquisadores que participou da pesquisa. “Mas esses sentimentos depressivos podem ocorrer durante toda a gestação ou nos meses anteriores ao nascimento. A gravidez também pode desencadear uma série de transtornos mentais em mulheres na faixa de risco para certas condições de saúde mental.
Os pesquisadores apontam ainda que a depressão pós-parto não necessariamente se instala logo após o nascimento, podendo demorar meses para que ela se desenvolva de forma sensível. E a depressão materna é especialmente preocupante, pois pode influenciar não somente na saúde física e mental da mãe como também dos filhos, comprometendo o relacionamento entre os dois e o desenvolvimento natural infantil, além de contribuir para problemas familiares ou com os parceiros.
Por isso, diz o estudo, é importante observar com mais atenção e diferenciar a depressão pós-parto – que atinge 1 em cada 10 mulheres no Reino Unido – dos tipos de transtornos depressivos relacionados com o período anterior ao nascimento e aqueles desencadeados durante o crescimento dos bebês. Além disso, é bom lembrar que o chamado “baby blues”, ou tristeza pós-parto, também é outro tipo de problema diferenciado (com uma incidência entre 60% e 70% de todas as jovens mães) e que tem remissão natural alguns dias após o parto.
“Também é importante salientar que esses transtornos não têm nada a ver com o fato de as mães amarem ou não seus filhos”, lembra Seneviratne, mas que isso é um transtorno que pode ser controlado com a ajuda de psicólogos e psiquiatras, desde que tanto a mãe quanto os familiares – ou então o médico que está acompanhando a gravidez – identifiquem o problema e busquem ajuda.
Fonte: O que eu tenho - UOL
Por, Aline Medeiros
efeitosaude@yahoo.com.br
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