Não o chame de pilates. Ele é pretensioso, moderno e avesso a comparações. Desenvolvido nos anos 70, inicialmente para ser uma espécie de fisioterapia para bailarinos lesionados, o Gyrotonic surpreendeu até mesmo o seu criador, Juliu Horvath.
A técnica é um espelho da formação do profissional. Ginasta, nadador, yogui, acupunturista e ex - primeiro bailarino, o romeno mesclou modalidades e criou um conceito de atividade física diferenciado, realizado em aparelhos específicos ou em solo.
Comum nos EUA, onde a técnica nasceu e existe há 30 anos, o Gyrotonic já reside no Rio de Janeiro e Salvador, mas começa a ganhar o cenário nacional, brigando para não ser confundido com o (tão em moda) pilates.
“A única semelhança com o pilates é que ambos utilizam aparelhos desenvolvidos especialmente para cada técnica. O Gyrotonic é mais novo e atualizado”, defende Rita Renha, bailarina, dona de um estúdio de Gyrotonic no Rio de Janeiro, e a primeira a trazer a modalidade para o País.
Girar pra quê?
O aparelho trabalha os músculos da perna, mas também exige controle do abdomen, respiração e alongamento dos braços
Na definição literal, significa giro do tônus. Dentro da sala de aula, oferece múltiplos exercícios que podem ser usados para recuperar um tendão lesionado, tratar fisgadas na lombar, ganhar flexibilidade ou definir a musculatura.
Segundo Rita, os exercícios trabalham de forma tridimensional, ou seja, acionam o corpo globalmente – músculos, tecidos, órgãos, tônus, circulação, respiração.
“É uma atividade que vem quebrar o paradigma de trabalho linear, com força segmentada. Não trabalhamos grupos musculares isolados. Focamos o todo, a reeducação global. Não existe o conceito de separar”, explica.
Em solo, a atividade é similar a uma aula de ginástica, ou ioga – e recebe um nome ainda mais trava-língua: Gyrokinesis. Nela, o professor, durante 60 minutos, indica uma série de exercícios e posturas que prometem condicionamento cardiovascular, alongamento, elasticidade, tudo combinado com a respiração perfeita.
O aprendizado é rápido e autodidata, defende a mestre. Cabe ao aluno reproduzir as orientações para além da academia. O dever de casa, como denominam os instrutores, permite evolução e condicionamento a curto prazo.
Massageadores
Para os mais independentes, são necessárias apenas quatro aulas individuais antes de circular livremente pelo estúdio. “Uma vez incorporada a técnica, eles sabem reproduzir sozinhos os exercícios. E estão aptos a fazer as aulas em solo conforme a grade ou utilizarem os aparelhos.”
Eva Mascarenhas, advogada carioca de 48 anos evoluiu junto com a técnica. Começou a fazer as aulas na época em que Rita alugava uma pequena sala, no espaço de uma escola de dança no Leblon, onde a filha fazia aulas de balé. "Fica esperando ela terminar, era um tempo perdido, mas nunca gostei de academias tradicionais. Descobri no Gyrotonic uma maneira prazerosa de me exercitar."
Durante dois anos Eva ficou afastada dos treinos por conta de um câncer. O retorno, que ocorreu há cinco anos, ajudou no processo de recuperação. "Por mais estrutura que você tenha, o dignóstico é sempre uma puxada de tapete. O Gyrotonic, além de promover o bem-estar, elevar a autoestima e funciona, para mim, como uma espécie de massagem. Começo o treino travada, mas saio de lá completamente solta, relaxada."
A advogada, embora aluna de longa data, revela que não dispensa uma aula personalizada. Duas vezes por semana, ela recebe orientação e atendimento específico para a necessidade do dia. "Nunca é a mesma coisa. Toda semana conheço algo novo, um movimento diferente. São 60 minutos de lazer e atividade física."
Múltiplos de cinco
Na modalidade, os aparelhos não são indispensáveis, apenas facilitadores. Cinco opções de máquinas, desenvolvidas pelo mestre Juliu, prometem um combinado de movimentos que estimulam partes do corpo que muita vezes nem sabemos que existem, brinca Eva.
Imponentes polias com roldanas tendem a assustar os gyrotonicos iniciantes. Mais fácil e simples do que o desenho sugere, o método não tem contraindicação tampouco recorte de idade, defende Rita. Um dos aparelhos propõe movimentos similares ao nado borboleta, ensinado em toda e qualquer aula de natação tradicional. Em outro, o aluno tem a sensação de boiar na água.
Todos os exercícios são circulares e englobam força, alongamento e relaxamento. O objetivo é que a trinca faça o aluno desenvolver habilidades e conhecimento corporal, além do indispensável ganho estético. Sim, músculos definidos, condicionamento físico e abdômen sequinho listam as conseqüências do empenho e disciplina.
“O peso das polias gera tensão, promovendo força e alongamento. Compressão e distensão simultaneamente. Isso cria a pulsação do músculo e define. Mas é preciso empenho e frequência, como em toda modalidade", endossa Rita.
Para os senderários, vale respeitar os limites e incorporar a técnica gradualmente. Quem deseja performance, e já tem condicionamento, três vezes por semana é o mínimo recomendado. "A sensação de melhora muitas vezes é na primeira aula. O resultado físico é sentido, em média, após quatro treinos. Muitos alunos rapidamente revelam sensação de bem-estar, ou contam que a roupa agora está caindo super bem", gaba-se a professora.
Fonte: Saúde IG
Por, Aline Medeiros
efeitosaude@yahoo.com.br
Nossa, parece ser legal, mas complexo! melhora o condicionamento cardio-respiratório tb?
ResponderExcluirbeijaoo
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